06 abril 2007

MODELO MENTAL E MODELO CONCEPTUAL

Arquivo pessoal, Gribaltar 2004

Perante esta polissémica imagem informativa, que modelo se pode avaliar ou formalizar perante a sua leitura ? Sendo esta placa informativa e orientadora de transito, colocada sobre uma curva apertada, a primeira ideia que surge é de que para a ler e interpretar por completo, é impossível fazê-lo durante os brevíssimos segundos em que uma viatura por ela passa mesmo em velocidade reduzida, e quem insistir nessa tentativa sem parar o veículo, vai ter concerteza um acidente por despiste.
O que pretende o autor desta esta placa informar ou explicar ? Será que pretende incutir no espírito dos interpretantes a riqueza dos pontos importantes a visitar na sua terra, ou pretende apenas ajudar o interpretante a orientar-se ? Nesta dualidade interpretativa o autor da placa construiu um modelo conceptual ou um modelo mental ?
A informação nela patente é diversificada, é icónica quanto baste com macacos, igrejas e grutas; é indiciadora porque indica uma direcção a tomar, além de indiciar um farol orientador; contem também um símbolo de guerra com a representação de um canhão.
Se viajar de carro tenho de desistir de formalizar qualquer modelo mental sobre a escolha e opções do caminho a seguir, não tenho tempo suficiente nem eficiente de assimilar em abstracção, nem de planear convenientemente aquilo que pretendo fazer ou optar, perante aquilo que me é dado a observar para interpretar e fazer inferências, além disso no balanço icónico de interpretação e de índice, até se confunde se a seta indicadora do sul é realmente uma seta, ou se pretende informar da presença a visitar de um obelisco, ou de um pelourinho.
Parei o carro mais adiante, retrocedi a pé, e de um modo elaborado, conjecturado e comparado com a informação complementar patente no folheto turístico auxiliar, orientei-me pelos pontos cardeais, tomei as minhas decisões e prioridades, e construí o modelo mental do mapa a seguir, e defini a ordem sequencial das coisas, perspectivei mentalmente a visita de cima para baixo, e fico agora a meditar que apesar de uma densa e intensa dose de informação, pouco ou nada se promove ou acontece em termos de semiótica cognitiva ou seja, toda a polissemia presente confunde e atrapalha, não permitindo uma cognição indutora no sentido lato do termo. As próprias legendas de complemento aos símbolos em nada ajudam, com excepção do nome do santuário, Europa Point, Upper Rock e South, existem em qualquer parte ou lugar do mundo desde o Pólo Norte ao Pólo Sul
Não pode pelos argumentos apresentados, esta imagem ser um modelo conceptual que ajude ou induza à formalização de um modelo mental esquemático, porque afinal nem sequer propõe opções direccionais, todos os motivos representados por signos, afinal são na mesma direcção.